NO BALANÇO DO BUZÃO Miltinho Edilberto No balanço do buzão No fungado da sanfona O que atrapalha é o braço da poltrona No fundo do buzão Eu queria, ela queria Mas tinha um braço dizendo que não podia Esse braço não tem dedo Esse braço não tem mão Não é braço de viola Nem braço de violão Não é braço de rio Nem braço de assombração Não era o braço meu Nem era o braço da dona O que atrapalha eu abraçar a minha dona é o braço da poltrona A gente se virava Mudava de posição E ainda controlava quem ficava de bicão Associados no chamego e na paixão Vi a janela a nossa televisão Fazendo amor em terceira dimensão Só eu e minha madona O que atrapalha eu abraçar a minha dona é o braço da poltrona Chegando em casa Só eu e minha madona Fomos pro quarto, mas estava uma zona Ela quis ir embora Eu disse: não me abandone Pois quando a gente ama Não precisa ser na cama Ela chorona já partiu para o abraço Não dei um passo e o mormaço veio à tona E já que não muda a pisada da sanfona Nós acabamos ficando no braço de outra poltrona.